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Fertilidade Possível

Page history last edited by cristina 14 years, 6 months ago

 

A fertilidade dos híbridos é possível, pois nem todos são estéreis.

 

A fertilidade de um híbrido é determinada pelos seus cromossomas. Numa abordagem superficial, os cromossomas são enormes sequências de ADN, organizadas numa estrutura física estável dentro da célula. Os genes contidos em cada cromossoma contém as instruções do organismo, que são como o livro da vida. O número de cromossomas é variável: o ser humano possui 46, o mosquito possui 3, o gato doméstico, 38, o elefante, 56, a carpa, 104... O número de cromossomas de cada organismo não reflete, no entanto, a complexidade do mesmo. Cada cromossoma tem um par homólogo: um de origem paterna e o outro de origem materna. Para que haja reprodução, ocorre um processo extraordinário denominado meiose - as células reprodutoras de cada indivíduo ficam com metade do número normal de cromossomas da sua espécie, para que, quando as células reprodutoras masculinas e femininas se unirem, o total de cromossomas seja o número normal e o resultado, um novo ser dessa mesma espécie. 

 

Nos híbridos, o que acontece com maior frequência é o cruzamento entre espécies com número de cromossomas diferente. Exemplo: os burros têm 62 cromossomas, enquanto que os cavalos têm 64; os animais resultantes deste cruzamento (as mulas e os bardotos ) têm 63 cromossomas - o cromossoma extra não vai ter um par homólogo, o processo da meiose não se dá e, sem células reprodutoras, o animal é estéril. Existem, no entanto, dois fatores que tornam um híbrido fértil e, com isso, o nascimento de uma nova espécie: a homoploidia e a poliploidia.

 

A poliploidia pode ocorrer em duas situações: se as células reprodutivas dos progenitores tiverem não metade, mas o número total de cromossomas da sua espécie (por erros de divisão), o novo ser híbrido vai ter a soma do número de cromossomas do pai e da mãe. Se for viável (caso não seja, dá-se um aborto espontâneo), vai ser uma espécie nova e fértil porque cada cromossoma tem o seu par homólogo, tendo vindo assim dos progenitores. O mesmo erro pode acontecer no próprio híbrido. Se houver falhas na divisão celular, uma espécie com, por exemplo, 5 cromossomas isolados, vai ficar com 5 pares de cromossomas homólogos, que podem se dividir para formarem células reprodutivas. Várias espécies de animais são, na verdade, híbridos poliploides que sobreviveram e formaram novas linhagens (alguns sapos, lagartos, peixes e diversos invertebrados). A hibridação homoploide resulta no cruzamento de espécies distintas, mas parentes, onde a nova espécie híbrida tem o número normal de cromossomas, sendo assim totalmente fértil. Um exemplo destes hibridos é a borboleta Heliconius heurippa, resultante do cruzamento entre Heliconius cydno e Heliconius melpomene . Geralmente os hibridos homoploides não originam novas linhagens de espécies, pois cruzam-se com as espécies que lhes deram origem, dando assim um passo atrás numa possível evolução. No entanto, quando as espécies se deparam com novos habitats e, por vezes, inóspitos, os hibridos podem ter sucesso, caso sejam capazes de habitar onde a espécie pai e a espécie mãe não conseguiriam sobreviver, ou caso a combinação de genes lhes confiram maior defesa ou camuflagem contra predadores. Certos peixes e várias plantas são híbridos homoplóides que sobreviveram e se tornaram novas espécies.

 

 A maioria dos híbridos identificados foram criados em cativeiro, diversas vezes de forma acidental.

A criação propositada de híbridos em cativeiro é muito discutida, uma vez que pode ser considerada anti-ética.

 

Disponível em: 

http://www.mundodosanimais.com/portal/hibridos/introducao.pdf

 

 

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